Conhecer os sintomas e fatores de risco é essencial para evitar complicações graves
O dia 16 de setembro é marcado pelo Dia Nacional de Combate e Prevenção à Trombose, campanha que destaca a importância dos cuidados com a saúde vascular. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registrou mais de 75 mil casos de trombose em 2024, e apenas nos primeiros seis meses de 2025 já foram contabilizados mais de 36 mil novos diagnósticos. Estima-se que cerca de 180 mil casos da doença ocorram por ano no país, segundo dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV).
A trombose é uma condição causada pela formação aguda de coágulos ou trombos nos vasos (veias ou artérias )que interrompem o fluxo sanguíneo. Existem dois tipos principais: a trombose venosa profunda (TVP), que se desenvolve nas veias profundas das pernas, e a trombose arterial, que ocorre nas artérias, geralmente devido à aterosclerose. A TVP está associada a fatores como imobilidade prolongada, cirurgia, trauma, predisposição genética, câncer, uso de hormônios, gestação, pós-parto e obesidade. Já a trombose arterial está frequentemente ligada a tabagismo, diabetes, hipertensão e colesterol alto.
O cirurgião vascular Herik Oliveira, especialista pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, alerta para os riscos da doença. “Quando um coágulo se desloca pela corrente sanguínea, pode obstruir a circulação pulmonar, causando embolia pulmonar, que pode ser fatal. A trombose venosa não tratada pode ter como complicações: dor e inchaço crônico nas pernas e úlceras(feridas)nos tornozelos enquanto a trombose arterial pode complicar com isquemia e necrose nos tecidos com risco de amputação, infarto ou AVC”, explica.
Segundo Herik Oliveira, a trombose muitas vezes é silenciosa, passando despercebida ou sendo confundida com outras condições. “Ignorar os primeiros sinais pode agravar a situação. É essencial conhecer os sintomas e procurar um médico especialista, que poderá diagnosticar a doença por meio do ecodoppler vascular, um ultrassom que avalia o fluxo sanguíneo nas veias e artérias”, afirma.
Sintomas de trombose venosa
Dor intensa no membro
Edema ou inchaço agudo no membro
Aumento da consistência muscular
Dor à palpação no trajeto das veias
Dor à palpação muscular
Dor ao movimento dorso flexão dos tornozelos e joelhos
Vermelhidão, dor, inchaço e endurecimento no trajeto da veia (nos casos de trombose venosa superficial ou tromboflebite)
Falta de ar, cansaço, dor no peito e tosse com sangramento ( em casos suspeitos de embolia pulmonar )
Sintomas de trombose arterial
Dor intensa no membro
Ausência de pulsos artérias no membro afetado
Palidez ( pele branca )
Frialdade (diminuição da temperatura na pele)
Dormência e formigamento
Cianose ( pele cor arroxeada nos casos mais graves)
Fraqueza ou Paralisia de movimentos nos membros
Perda de função de órgãos vitais, podendo levar a infarto, AVC ou insuficiência renal
Prevenção e cuidados
A prevenção é essencial. “Movimentar-se regularmente, manter boa hidratação, usar meias de compressão quando indicado e controlar fatores de risco, como obesidade, tabagismo e uso de anticoncepcionais hormonais, são medidas fundamentais para reduzir o risco de trombose”, orienta Herik Oliveira.
Em caso de suspeita ou presença de fatores de risco, a orientação é procurar atendimento médico rapidamente, garantindo diagnóstico precoce e tratamento eficaz.