Estima-se que 41% da população apresenta estalos articulares, mas na maioria dos casos o fenômeno não está ligado a doenças graves
Os estalos nos joelhos, conhecidos como crepitação, preocupam muitas pessoas, mas nem sempre indicam doenças graves. Um estudo australiano acompanhou pacientes que passaram por reconstrução do ligamento cruzado anterior e concluiu que, embora alguns apresentassem dor no início, após cinco anos não houve diferença significativa em termos de função ou saúde articular entre aqueles que tinham rangidos e os que não tinham. A pesquisa reforça que o barulho é comum, atingindo cerca de 41% da população, inclusive pessoas sem histórico de lesão ou sintomas.
O ortopedista Pedro Ribeiro explica que o estalo isolado dificilmente é sinal de alerta. “O som pode ocorrer por atrito natural das estruturas internas do joelho e, na maioria dos casos, não significa degeneração ou doença. O que realmente merece atenção é quando o estalo vem acompanhado de dor persistente, inchaço ou dificuldade de movimentação”, afirma o especialista.
Alguns cuidados podem ajudar na saúde dos joelhos, como fortalecimento muscular, manutenção do peso adequado e prática de atividade física regular. “Exercícios de baixo impacto, como caminhadas, pilates ou hidroginástica, são excelentes aliados para manter a estabilidade articular. Além disso, manter-se ativo é fundamental para prevenir sobrecargas e reduzir o risco de lesões”, completa.
Apesar de os estalos isolados não serem motivo de preocupação, o médico recomenda procurar avaliação ortopédica quando houver sintomas associados ou histórico de trauma. “Com diagnóstico precoce e acompanhamento adequado, é possível garantir qualidade de vida e manter os joelhos funcionando bem por muitos anos”, conclui o médico.