Doença venosa pode causar dores, inchaços e impactar a qualidade de vida
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi diagnosticado com insuficiência venosa crônica, condição caracterizada pela dificuldade das veias em levar o sangue de volta ao coração. Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), o problema afeta 38% da população, sendo mais comum em mulheres (45%) do que em homens (30%).
Trata-se de uma patologia crônica frequente que pode causar desconforto estético e prejudicar a qualidade de vida. “É uma doença progressiva. O sistema venoso começa a falhar e as veias passam a ter dificuldade no retorno do sangue dos pés e das pernas para o coração. Isso provoca acúmulo nas pernas, o que leva a sintomas como varizes, dor, inchaço, coceira e até manchas escuras na pele”, explica o cirurgião vascular Herik Oliveira, especialista pela SBACV.
Segundo ele, as varizes, uma das manifestações mais frequentes da doença, podem ser classificadas em três tipos: congênitas, primárias e secundárias. “As congênitas são raras e estão presentes desde o nascimento. As primárias estão ligadas a fatores como hereditariedade, obesidade, gravidez, uso de anticoncepcionais hormonais, idade avançada e longos períodos em pé. Já as secundárias normalmente são consequência de tromboses ou traumas que comprometem o sistema venoso profundo.”
Herik detalha ainda o que exatamente são as varizes: “São veias tortuosas, dilatadas, doentes, que perderam a função normal de bombear o sangue da extremidade de volta para o coração. Com isso, o sangue fica mais tempo acumulado, o que gera sinais e sintomas como dores e inchaços nas pernas.”
O diagnóstico é clínico, mas os exames de imagem são fundamentais. “O mais indicado é o ecodoppler venoso, que permite avaliar em tempo real o funcionamento do sistema venoso superficial e profundo, identificando refluxo, obstruções ou presença de trombos”, orienta o especialista.
Apesar de comum, a insuficiência venosa exige atenção e acompanhamento médico. “O ideal é que o paciente seja acompanhado por um angiologista ou cirurgião vascular para controle dos sintomas e prevenção de agravamentos, como úlceras varicosas e tromboflebites”, reforça.
