Curitiba se consolida como polo para investimentos imobiliários voltados a locações flexíveis

   

Curitiba se consolida como polo para investimentos imobiliários voltados a locações flexíveis



Curitiba é uma cidade turística — e isso não é de hoje. Existem outras cidades brasileiras com maior atratividade turística que Curitiba, contudo, mais do que a vocação turística, o que diferencia a cidade é o perfil da sua população: mais jovem, mais conectada, e com empregos alternativos, especialmente nas áreas de tecnologia e economia criativa.

Esse perfil tornou Curitiba uma cidade extremamente convidativa, graças à sua qualidade de vida, especialmente para públicos identificados com a geração Z e outras gerações mais jovens. Esse dado é relevante porque, segundo a obra Modernidade Líquida, de Zygmunt Bauman, essas gerações buscam, cada vez mais, modelos de vida e de consumo marcados pela flexibilidade.

Esses jovens não querem criar raízes de forma tradicional. Eles não buscam uma empresa para trabalhar a vida toda, não têm como prioridade casar e ter filho. Aliás, muitos nem desejam ter filhos. Esse estilo de vida impacta diretamente no modelo de moradia que consomem: preferem viver em locais onde possam entrar e sair com facilidade, sem burocracias, sem contratos longos e, de preferência, em imóveis já mobiliados e prontos para uso.

Na prática, esse tipo de imóvel se aproxima muito do conceito de hospedagem, como ocorre em hotéis ou plataformas como Airbnb. Contudo, oferece maior rentabilidade para quem investe, além de um custo-benefício mais competitivo para o morador, quando comparado à hotelaria tradicional.

As construtoras perceberam esse movimento e passaram a desenvolver empreendimentos pensados especificamente para esse público, com plantas menores, projetos inteligentes e formatos compatíveis com essa lógica de moradia transitória e flexível.

Esse modelo atende tanto quem busca o conceito de short stay — locações de curtíssima duração, voltadas ao turismo — quanto o flex stay, que atende pessoas que querem morar na cidade por períodos médios, como seis meses ou um ano, sem as dores de cabeça típicas de contratos tradicionais, como vistorias rigorosas, multas de saída ou burocracias contratuais.


Por: Daniel Claudino, analista e especialista do mercado imobiliário 

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